Gaspar Viana
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Gaspar de Oliveira Vianna (Belém do Pará, 11 de maio de 1885 — 14 de junho de 1914) – foi um médico patologista e pesquisador brasileiro, seu trabalho mais importante foi à descoberta da cura para a leishmaniose, que ajudou a salvar a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro[1], Gaspar Vianna foi um dos maiores pesquisadores do ramo da medicina, o que lhe dá até os dias de hoje um grande reconhecimento, e prestígio que o fazem figurar ao lado de grandes nomes da história da medicina Brasileira, com Carlos Chagas, Oswaldo Cruz e Vital Brazil. No Pará, vários monumentos e logradouros levam o seu nome como o "Hospital das Clínicas Gaspar Vianna"[2], a "Rua Gaspar Viana" e o "Laboratório Gaspar Viana".
Foi eleito o "Paraense do século XX" na promoção feita para a comemorar os 25 anos da Tv Liberal em que várias "Grandes personalidades da História do Estado", foram selecionadas, e concorreram ao título, que foi vencido por Gaspar.Em 1998, numa pesquisa promovida pela revista "Médicos", do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo mediante consulta a 52 escolas médicas, 47 sociedades de especialidades, 22 Conselhos Regionais de Medicina, 20 Associações Médicas Estaduais, Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos, Gaspar Vianna foi eleito Um dos 10 maiores nomes da medicina brasileira no Século XX , ao lado de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adolfo Lutz, Rocha Lima, Euryclides Zerbini, Adib Jatene, Ivo Pitanguy, Rocha e Silva e Sérgio Ferreira.
Início[editar | editar código-fonte]
Gaspar Nasceu em Belém do Pará, Na Rua Benjamin Constant, no bairro do Reduto, no fim do século XIX. Crescendo numa rua bastante calma e tranquila[3], teve uma adolescência mergulhada em curiosidades, dúvidas e muitos livros, Gaspar concluiu o ensino secundário (ensino Médio) No "Colégio Estadual Paes de Carvalho".Foi lá que ele começou a se interessar pela medicina, interesse que veio a se transformar em paixão e que o levou a realizar a maior façanha de sua vida, a descoberta da cura para a até então considerada incurável Leishmaniose.Antes disso em 1903, Gaspar se mudou para ao Rio de Janeiro, obstinado por seu sonho profissional. A cidade vivia grandes revoluções urbanistas.
O então prefeito da cidade Pereira Passos preocupava-se com as questões sanitárias e com as doenças que assombravam a população da época. Por isso o médico Oswaldo Cruz foi nomeado pelo então presidente da república, Rodrigues Alves, para acabar com a peste bubônica. Neste mesmo ano ele foi designado ao cargo de diretor geral de saúde pública e passou a dirigir campanhas de combate à febre amarela e a varíola, doenças incontroláveis na época. Esse período de estudos e evolução na área médica ficou conhecido como “Sonhos Tropicais”, uma denominação emprestada por um médico, mas também mestre das letras: o escritor Moacyr Scliar. Era um início desafiador para o jovem de 18 anos, que já era órfão de pai, o português Manoel Gomes Viana, e que contava apenas com o apoio da mãe,Leonor Jesus Oliveira, um irmão mais velho e duas irmãs.Logo Gaspar passou a se destacar na faculdade de medicina, e chamou a atenção do professor de histologia, Eduardo Chapot Prévost. Logo Gaspar, junto com o seu irmão Arthur, montou um laboratório de análises clínica no largo carioca, movido pela vontade de aprender cada vez mais, ele passou a frequentar diariamente o "Hospital Da Santa Casa De Misericórdia", que ficava perto de seu laboratório, percorrendo as enfermarias, fazendo necropsias, e por fim, já estava dando aulas aos próprios colegas e ajudá-los a passar nas rigorosas provas do professor Chapot Prévost.
Nesta época, estavam acontecendo grandes progressos na medicina, em 1907 a febre amarela havia sido extinta na cidade do Rio, e a doença de Chagas foi descoberta. Nesta época, Gaspar ainda estudante de medicina, passou em primeiro lugar no concurso para o "Hospital Nacional", e foi lá que ele encontrou o também paraense Bruno Álvares da Silva Lobo, com quem dividira várias experiências e aprendizados. Os dois assinaram.Viana como coautor, a autoria do livro “Estrutura da célula nervosa”. Essa passagem foi a estréia dele na literatura médica. O melhor mesmo veio em seguida, em 1908, quando foi convidado para ser o chefe do serviço de histopatologia do Instituto Oswaldo Cruz, um ano antes de completar o curso superior.[1]
Pesquisas sobre a leishmaniose[editar | editar código-fonte]
Numa época, em que o Brasil vivia um momento de grandes obras,como a das ferrovias que iam de Bauru (SP) em direção a Mato Grosso,elas trouxeram uma série de epidemias, como a ‘úlcera Brava” ou “úlcera de Bauru”. Adolpho Lindenberg, Antonio Carini e Ulysses Paranhos foram os primeiros estudiosos a pesquisarem a moléstia apontando seu agente como L. tropica. Por outro lado, Gaspar Vianna, em 1911, em suas observações, descobriu uma nova espécie desse agente, a qual chamou Leishmania braziliensis, protozoária causador da leishmaniose cutâneo-mucosa. Ele foi além, não restringindo seus estudos à proposição da espécie e assim descobriu o tratamento da doença. Em 1912, Vianna comprovou que o tártaro emético ou antimonial era eficaz para conter a enfermidade, abrindo caminho para o uso da substância também no granuloma venéreo e na esquistossomose. Era o marco inicial da quimioterapia anti-infecciosa.
O trabalho de descoberta do patologista foi então publicado em alemão e teve repercussão mundial, com eficácia extraordinária comprovada no tratamento da leishmaniose cutâneo-mucosa e nos casos mais graves de Leishmaniose visceral ou calazar.
Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]
Na sequência, ele ainda realizou outros trabalhos importantes para a Medicina Tropical, a respeito da blastomicose e outros micoses, e ainda sobre a evolução do Trypanosoma cruzi nos tecidos humanos e de animais.
Morte[editar | editar código-fonte]
Aos 29 anos, em 1914, enquanto fazia a necropsia do cadáver de uma vítima de tuberculose, buscando uma cura para a doença, fez uma incisão no tórax em ponto onde, ele não sabia, havia grande quantidade de líquidos contaminados sob grande pressão torácica. Aberta a incisão, um jato contaminado atingiu sua boca, infectando-o com uma grave infecção tuberculosa que evoluiu para granulia e meningite, falecendo assim dois meses depois, no dia 14 de junho daquele ano.[4]
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