quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Raspôu a árvore e foi preso...no passado!Côisas do Brasil!

23/06/2000 - 20h25

Juiz liberta lavrador preso por raspar árvore no DF

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VALÉRIA DE OLIVEIRA, da Folha de S.Paulo

Às 19h45 desta sexta-feira (23), o juiz da Vara Criminal de Planaltina (DF), Ademar Silva de Vasconcelos, concedeu liberdade provisória ao lavrador Josias Francisco dos Anjos, 55, preso em flagrante, na última segunda-feira, quando raspava a casca de uma árvore para fazer chá para sua mulher, que sofre de doença de Chagas.Para justificar sua decisão, o juiz afirmou que várias pessoas em Planaltina extraem casca da árvore para fazer incenso. "Tenho optado por pena alternativa, suspendendo o processo por dois anos e determinando o plantio de cem mudas da espécie, que é rara no cerrado", disse.A divulgação da prisão de Anjos hoje provocou críticas do ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente) e das entidades ambientalistas Greenpeace e ISA (Instituto Socioambiental).Por dois anos, o lavrador raspou a casca de uma árvore chamada almesca, em uma área de preservação ambiental que fica às margens do córrego Pindaíba, em Planaltina (a 44 km de Brasília).Anjos contou que passou a fazer isso quando soube que o chá de almesca melhorava as condições de pessoas portadoras da doença de Chagas, como sua mulher, Erotildes Guimarães.Na segunda-feira, quando repetia o ritual que realizava havia dois anos, o lavrador foi surpreendido com um tiro para o alto dado por soldados da Polícia Florestal. Foi preso em flagrante delito, algemado, levado para a delegacia e enquadrado na Lei do Meio Ambiente.O delegado Ivanilson Severino de Melo afirmou que Anjos causou "danos diretos ao patrimônio ambiental", crime previsto no artigo 40 da lei. O delito é considerado inafiançável. A punição é a prisão de um a cinco anos.O lavrador foi colocado numa cela com outros cinco presos, acusados de homicídio e roubo.Hoje, durante entrevista autorizada pela polícia, Anjos, demonstrando constrangimento, disse que nunca roubou nada. "Eu não sei ler, nem escrever", afirmou. "Cá na minha ignorância, eu não sabia que era crime tirar raspa de árvore, que foi Deus que fez, para dar chá para minha mulher", declarou o lavrador.O ministro Sarney Filho foi visitar o preso e prestar-lhe solidariedade. Esteve na CPE (Coordenação de Polícia Especializada) hoje à tarde e mandou, depois, uma equipe do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para estudar providências jurídicas a favor de Anjos."No Brasil, ladrão de galinha vai preso, mas os grandes criminosos do colarinho branco estão soltos", disse o ministro.Os ambientalistas também protestaram. Dessa vez, a favor do acusado. "A gente tem coisa muito mais relevante como as madeireiras dilapidando o patrimônio ambiental dentro de áreas indígenas", disse Délcio Rodrigues, do Greenpeace.Segundo ele, o governo admite que 70% da madeira removida da Amazônia é retirada de forma ilegal. Rodrigues acredita que é preciso informar às pessoas que raspam cascas de árvores que não o façam circundando todo o tronco, porque pode matar a planta."Essa prisão é um absurdo", disse André Lima, assessor jurídico do ISA. Na sua opinião, deveria haver multa, levando-se em conta a situação financeira do acusado de cometer o crime. "Se não houver nenhum tipo de punição, pode haver efeito multiplicador que danificaria o ecossistema."
Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u3083.shtml
Resultado de imagem para foto de árvore raspada

Grande exemplo de honestidade na grande cidade de Belém do Pará!

Motorista encontra quase R$ 500 em ônibus e faz campanha na web para achar a dona, em Belém,capital do Estado do Pará.

 Dona Anita, de 80 anos, e o motorista Everaldo: idosa pode reaver dinheiro esquecido em ônibus (Foto: Arquivo Pessoal/ Everaldo Souza)

Foram dez dias de campanha na web até encontrar a dona do dinheiro. Valor foi devolvido à idosa de 80 anos. 
 O motorista Everaldo Souza, de 46 anos, encontrou um pacote com quase R$ 500 dentro do ônibus que ele dirigia no início de setembro, em Belém, e resolveu fazer uma campanha na web para achar a dona. Após passar mais de 10 dias com o dinheiro, ele conseguiu achá-la e devolveu na terça-feira (12) o montante à idosa de 80 anos.
Everaldo trabalha na empresa Viação Guajará e dirige, geralmente, ônibus da linha UFPA-Alcindo Cacela, onde a idosa esqueceu o dinheiro. Everaldo postou em sua rede social a foto do cartão vale transporte de Anita junto com o valor de R$ 495. Uma conhecida dela reconheceu a idosa pela foto do cartão e avisou a Everaldo.
Ele conta que Anita, a dona do dinheiro, ficou surpresa quando ele chegou à porta da casa dela dizendo que havia achado o dinheiro. “A senhora perdeu alguma coisa?”, disse Everaldo à Anita, que respondeu que havia perdido seu cartão e o dinheiro. “Então eu falei: ‘eu achei o seu dinheiro. Está comigo’”, relata o motorista. “Ela pulou de alegria e contou que havia guardado o dinheiro para comprar remédios”, diz Everaldo. 
 Everaldo conta que ficou esperando encontrar a dona do dinheiro em uma das viagens, mas, como se passaram os dias e ninguém apareceu, resolveu postar na web. “Deu certo. Fui à casa dela no dia 10 e marcamos para eu entregar o montante a ela nesta terça-feira, aqui no final da linha do ônibus”, diz. 
 Everaldo usou a internet para encontrar a dona do pacote de dinheiro (Foto: Arquivo Pessoal/Everaldo Souza)

 Fonte: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/motorista-encontra-quase-r-500-em-onibus-e-faz-campanha-na-web-para-achar-a-dona-em-belem.ghtml

Saiba pela "Boca da Vida":Lojas Yamada.

Era uma vez em Belém...

Lojas Y. Yamada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lojas Y.Yamada
Tipo Privada
Slogan Yamada completa sua vida
Indústria Varejista
Fundação 1950
Sede Belém
Website oficial http://www.yyamada.com.br/
O Grupo Y. Yamada é uma rede de supermercados do Brasil fundada em 1950 na cidade brasileira de Belém. Seus negócios se concentram no Estado do Pará. Atualmente possui 17 lojas. Devido a crise no grupo, Y.Yamada passa por mudanças de foco de negócios, agora como atacarejo[1].

Historia

1950-2000 (fundação e consolidação)

O grupo foi fundado pelos imigrantes japoneses da família Yamada, que chegaram ao Pará em 1931. A empresa iniciou suas atividades no Brasil com o avô Yoshio, e seu filho, Junichiro — pai de Fernando e atual presidente do grupo.
A primeira loja foi inaugurada em 1955, na Rua Senador Manoel Barata, onde até hoje funciona a Loja Matriz. Foi a primeira loja com oferecimento ao público de implementos agrícolas em geral, motores marítimos e industriais, máquinas de costura e geradores.
Em 1957, a Yamada deu início à venda de fogões à gás de querosene, rádios a válvulas, ventiladores, entre outros; objeto de memoráveis campanhas publicitárias veiculadas nos jornais da capital paraense, com a vantagem de ser adquiridos em “suaves prestações mensais”, assim, foi implantando o sistema de crediário, até então inexistente no Pará, um dos pioneiros no país. Com a peculiaridade de atender, especialmente, ao público de baixa renda e autônomos sem comprovação de rendimento.
O grupo possui também uma rede de lojas de departamentos, onde o foco são as classes B, C e D, especializadas em eletroeletrônicos e magazine, conta contava diversos pontos de venda em Belém, Macapá e cidades do interior do Pará.

2000-2015 (expansão)

A empresa compõe-se de 14 empresas, incluindo supermercados, serviços financeiros, lojas de departamento, concessionárias de veículos, além de atividades no ramo de crédito, turismo e pecuária. A Y.Yamada Ocupava a 13ª posição[2] no ranking da Associação Brasileira de Supermercados, era 1º lugar no norte do Brasil e o 12º lugar entre as melhores empresas do Brasil no setor de comércio varejista — setor em que a empresa foi a 8ª em crescimento e a 3ª em rentabilidade.
O grupo aproveitou a saída de Belém dos rivais Pão de Açúcar e Bompreço, para aumentar a clientela, tendo como uma das armas seu cartão de crédito que contava com mais de 1.200.000 de clientes da empresa.
Yamada Plaza Castanhal, era segunda maior loja do grupo e a mais completa, inaugurada no dia 29 de novembro de 2008, concentra-se em Castanhal, em um terreno de 27 mil m² e 22mil m² de área construída, fechou suas portas em 2016, dando lugar a uma loja do Grupo Mateus[3]
O grupo chegou a possuir lojas em diversas cidades paraenses como em Belém, Ananindeua, Capanema, Castanhal, Bragança, Barcarena, Marabá, Santarém, Salinópolis e Vigia no Pará e em Macapá no Amapá.

2016- (crise)

Em 2016, A Empresa está passando pelo uma grave crise administrativa-financeira,[4] após morte de seus fundador[5] o grupo passou por uma reestruturação que acarretou o encerrando das atividades em várias Lojas, sendo algumas de suas principais filiais, de Marabá, Castanhal, Belém e Ananindeua.[6]
Também fecharam as portas A única loja da empresa fora do Estado do Pará na cidade de Macapá,capital do Estado do Amapá.

Bibliografia

  • CAIXETA, Nely. O imperador do Norte. Exame, São Paulo, v. 727, n. 23, p. 64-72.

Ligações externas

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  1. «Grupo Mateus assumirá lojas Yamada - Hiroshi Bogéa On line». Hiroshi Bogéa On line. 31 de agosto de 2016
  2. «As 50 maiores redes de supermercados do Brasil | EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira». exame.abril.com.br. Consultado em 14 de dezembro de 2016
  3. «Grupo Mateus assumirá lojas Yamada - Hiroshi Bogéa On line». Hiroshi Bogéa On line. 31 de agosto de 2016
  4. «GRUPO YAMADA EXPÕE SITUAÇÃO DELICADA EM EDITAIS DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIAS». www.ver-o-fato.com.br. Consultado em 14 de dezembro de 2016
  5. «ORMNEWS: Morre Junichiro Yamada presidente do grupo Y.Yamada.». ORMNews. Consultado em 14 de dezembro de 2016
  6. g1 pa (Data desconhecida). «funcionarios fazem protesto contra demissões» Verifique data em: |data= (ajuda)
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    Economia

    A crise da Yamada

    Para milhares de pessoas interessadas na grave crise enfrentada pelo grupo Y. Yamada, o artigo de Ney Gabriel de Sousa Farias, a seguir reproduzido, é uma luz para iluminar a compreensão do que está acontecendo ao maior grupo do setor varejista do Pará. Um tema de interesse tão geral quanto a sua incompreensão.
    O QUE A CRISE DA Y. YAMADA PODE ENSINAR
    SOBRE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO?
    O pato é um animal que tem muito a nos ensinar, de modo contrário. Ele nada, anda e voa, mas, não realiza nenhuma dessas funções bem-feito. Como um pato, virou moda ser “multifuncional”, “flex” etc.
    Multifuncional é palavra da moda entre empresários e profissionais de marketing, que parecem já esqueceram do mantra dos grandes líderes de várias indústrias: Foco, foco e mais foco.
    Digo isso porque é com tristeza, porém, sem surpresa, que vi um grupo econômico fantástico “perder-se em si mesmo” por absoluta falta de foco e de identidade, o Grupo Y.Yamada.
    Segundo a Wikipédia, O Grupo Y. Yamada é uma rede de supermercados do Brasil fundada em 1950 na cidade brasileira de Belém.
    Mas, hoje, o site www.yyamada.com.br não funciona…
    Em consulta a LISTA DE LINKS do site da RCF – Recuperação de Créditos Fiscais, onde nossos colaboradores e clientes têm acesso à informação estratégica de suas empresas, concorrentes e fornecedores e realizam algumas tarefas e rotinas administrativas, gratuitamente e sem precisar de senhas, descobri que o mencionado Domínio de Internet foi criado pela Y. Yamada S/A Comércio e Indústria (CNPJ 04.895.751/0001-74) em 1998.
    E que a holding do Grupo Yamada tem apenas 2 Execuções trabalhistas nº 0060900-71.2006.5.08.0007 e 0064300-15.2005.5.08.0206, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região.
    Essa mesma lista de links do nosso site https://rcfbrasil.com também permitiu identificar que a Y. Yamada S/A Comércio e Indústria tem dívidas fiscais federais inscritas na Procuradoria da Fazenda Nacional na ordem de R$ 57.234.236,43, sendo mais de R$ 28,6 milhões de débitos previdenciários (INSS) e aproximadamente R$ 28,5 milhões em tributos federais.
    Na mesma data do acidente aéreo na Colômbia envolvendo um time de futebol da cidade de Chapecó, cidadezinha do Estado de Santa Catarina, recebo notícias de que as Lojas Y.Yamada não abriram as portas.
    Imagino o que leva uma empresa com Código Nacional de Atividade Econômica – CNAE “Comércio varejista de móveis” abrir outras empresas coligadas do ramo financeiro e outros serviços que, segundo o próprio grupo informava em seu site,
    Comércio: lojas de departamentos, supermercados, atacado, magazines, farmácias e lojas especializadas;
    Financeira: cartão de crédito, fomento mercantil e serviços de cobrança;
    Administração e corretagem de seguros;
    Administração de consórcios;
    Concessionária de motocicletas e motores;
    Fundação Amazônica Yoshio Yamada: apoia os projetos culturais, educacionais e esportivos;
    Pecuária”.
    São muitos corebusiness, regimes tributários e tributos estaduais versus municipais a administrar…
    Deu certo no passado, quando Belém era ainda não estava integrada ao e-commerce e com poucas opções de compras, muito antes da Internet e das compras on-line. Por falar em compras on-line, esse foi um conceito que o Grupo Y.Yamada não captou, deixando passar a marcha inexorável da História.
    Outros grandes grupos de Belém incorrem no mesmo erro e insistem em dar as costas para a Internet e vemos que outros grandes grupos entram em nossa cidade para substituir o velho.
    Com tantos anos de fundação e a quantidade de empregados, poderiam ter sido planejados meios de redução da carga tributária, como por exemplo a contratação de Cooperativas, o que reduziria a alíquota de incidência do INSS sobre a folha de pagamento para 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, o que auxiliamos com a consultoria especializada da Ordem de Serviço (OS) nº 3 da RCF.
    Imagino que essa estratégia, esse planejamento tributário reduziria somente a dívida fiscal federal previdenciária do Grupo Y.Yamada em aproximadamente R$ 7,1 milhões.
    Como um pato, que apesar de não ser um anfíbio quer explorar todos os ambientes, empresas multifuncionais podem ser atingidas por concorrentes especializados que não perdem o foco.
    SOBRE O AUTOR
    Ney Gabriel de Sousa Farias é Advogado tributarista formado em Direito pelo CESUPA, com pós-graduação em Direito Tributário pela UNAMA/LFG (2007). Consultor Sênior da RCF – Recuperação de Ativos Fiscais, empresa especializada em planejamento tributário e sucessório e proteção de ativos de grupos econômicos e familiares.
    Fonte:  https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2016/12/02/a-crise-da-yamada/

    Yamada entra em recuperação judicial (Foto: Divulgação)

    Yamada entra em recuperação judicial-Domingo 28/05/2017 08:23:31-Atualizado em 28/05/2017,08:23:31

    O juiz da 13ª Vara Cível e Empresarial de Belém, Cristiano Arantes e Silva, deferiu o pedido de recuperação judicial do tradicional Grupo Y. Yamada e nomeou o advogado paraense Mauro Santos como administrador judicial, para conduzir as negociações com credores e tentar reerguer a empresa.Santos começou a trabalhar no caso no último dia 17. A partir dessa data, a Yamada terá 2 meses para apresentar seu plano de recuperação, que será julgado no prazo de 6 meses. O passivo informado pelo grupo à Justiça chega a 250 milhões, sendo R$ 50 milhões apenas de débitos trabalhistas referentes a 4 mil demissões, valor esse que pode dobrar no curso da recuperação.

    O passivo da Yamada, em termos de ações trabalhistas, é o maior de uma empresa já registrado no Pará.
    Especialista em recuperação judicial, Mauro Santos foi o administrador judicial da Celpa e concluiu em 2014 o processo da concessionária de energia, salvando-a da falência iminente, caso não aparecesse um comprador, o que ocorreu com o surgimento da Equatorial. Mauro é também, o administrador judicial do Grupo Visão.
    PLANO
    Fundada em 1950, com, portanto, 68 anos no mercado, a Y. Yamada é a mais tradicional rede de supermercados e lojas de varejo do Pará e uma das maiores do Brasil. No auge, a marca chegou a ter 2 milhões de clientes credenciados pelo Cartão Yamada, do “gente boa”, que virou mania entre os consumidores paraenses. O grupo Y. Yamada é formado pela Y. Yamada S/A Comércio e Indústria, CCCS (Cadastro, Crédito, Cobrança e Serviços), Tágide Veículos, Tágide Motocicletas e Yamada Administração de Imóveis. 
    Os donos apresentarão um plano à Justiça sob a orientação do administrador para retornar consolidados ao mercado, embora menores, já que parte dos ativos deve ser consumido para a liquidação de dívidas. “No processo de recuperação judicial a empresa precisa mostrar que tem condições de se manter e pagar o seu débito”, disse o advogado. Mauro Santos irá preparar relatórios mensais que vão atestar a viabilidade da empresa. Nesse período ocorrerá uma Assembleia Geral de credores.
    ENTREVISTA COM MAURO SANTOS
    P: Qual a função de um administrador judicial?
    R: É um cargo de confiança do juiz e tem a função de fiscalizar as atividades da recuperanda no que se refere ao pagamento do passivo previsto, dentro do plano de recuperação apresentado pela empresa, sem qualquer tipo de privilégio. Num primeiro momento a empresa nos fornece a relação dos credores e abrimos prazo para que se manifeste sobre aquele crédito que está no plano de recuperação, que tem que ser apresentado pela empresa em 60 dias. Após uma avaliação administrativa eu elaboro uma segunda lista de credores depois de 60 dias úteis. A partir daí surgirão as divergências, impugnações e questionamentos dos créditos. Vou elaborar ainda um relatório de viabilidade financeira para entregar para a vara, analisando se a empresa é viável ou não. Se eu concluir que não é, é decretada a falência, mas no caso da Yamada existe grande possibilidade de recuperação.
    P: Há algum diferencial dentro da recuperação judicial da Yamada?
    R: A recuperação judicial da Yamada tem um diferencial complicado: o grande passivo trabalhista da empresa. São algo em torno de quatro mil ações judiciais em reclamações trabalhistas. E é possível que esse passivo aumente, já que podem ter novas demissões ocorrendo. Isso cria uma instabilidade grande. Esse débito trabalhista terá que ser pago na recuperação. E, por lei, o pagamento de passivo trabalhista pode ser feito em até 12 vezes. Lembrando que na recuperação todas as ações de cobrança estão suspensas por seis meses, prorrogáveis por mais seis. As ações trabalhistas continuam sendo processadas mas o crédito será todo remetido para a recuperação judicial.
    P: Existe a possibilidade de venda da empresa durante esse processo de recuperação?
    R: Ainda não vislumbro essa possibilidade, mas avalio que a direção pode estar disposta a isso. Aliado a tudo isso ainda temos a crise econômica que afeta o país.
    (Luiz Flávio/Diário do Pará) 
  8. Fonte: http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-418610-yamada-entra-em-recuperacao-judicial.html

     

     


     

     

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Saiba o que é (e foi) o "Bug Jargal"! Uma histórica ópera paraense!Maravilhosa!


Márcio Páscoa

Bug Jargal, o sentido da obra- Publicado durante o Festival de Ópera do Theatro da Paz 2005

Gama Malcher tinha 36 anos quando estreou Bug Jargal, e sabe-se que já estava engajado na composição desta ópera havia quase uma década. Filho de um médico e político conceituado, cumpriu desejo paterno formando-se engenheiro antes de seguir a música definitivamente, imposição comum aos filhos da burguesia oitocentista. Morou nos Estados Unidos e na Itália, onde deve ter aprofundado valores humanísticos e libertários que possivelmente lhe foram despertados ainda no Pará. Neste último quartel do século 19, o Norte brasileiro abrigava movimentação anarquista, socialista e, é claro, abolicionista, causa que reunia diversas vanguardas do pensamento.
Isso deve tê-lo aproximado de Vincenzo Valle (1857-1890), um valor emergente cujos textos serviam aos formandos de composição do mítico Conservatório de Milão e dos novos autores da cena lírica que buscavam saídas para o modelo já gasto do melodrama. Elogiado freqüentemente pela crítica especializada, Valle vitoriou-se também em 1890, ao lado de Niccolo Spinelli, com a ópera Labilia . A composição escrita para participar do célebre concurso de óperas novas, promovido pela Casa Sonzogno, rival da poderosa Editora Ricordi, alcançou o segundo lugar com agrado geral de crítica e público, ficando apenas atrás da célebre Cavalleria Rusticana .
Difícil saber quanto Valle interferiu na concepção de Bug Jargal , mas deve ter cabido a Malcher as decisões mais agudas, pois não musicou tudo que ofereceu o libreto, mas aquilo que julgava pertinente, segundo preceitos estético-filosóficos.
Bug Jargal exibe diversas dualidades estéticas, que opõem mundos distintos num universo onde tais diferenças parecem dogmaticamente não conciliáveis. A primeira é sobre negros e brancos, cujo conflito compõe o pano de fundo histórico. Mas, além destas, há a proposta de sociedade familiar dos brancos versus a comunidade heterogênea dos negros, e, dentre outras, a de puros contra impuros, ou mesmo a da pureza mística de Maria se opondo à pureza natural de Bug Jargal.
Bug Jargal, o herói do melodrama, é um marginal social com vínculos aristocráticos, cuja nobreza não está no mundo material, que lhe foi usurpado, mas nas suas atitudes e convicções. Ele está sempre dominado por sua sensibilidade ou emotividade, e por isso ele sofre. Mas não só por isso. Sua condição social, que o limita nos espaços da sociedade, produz o confronto entre o que a sociedade pensa dele e o que ele mesmo crê de si. Ele é prisioneiro desta sociedade, onde se tramam os complôs e os ardis, rebela-se contra as estruturas oficiais, combate as adversidades terrenas, e daí seu espírito libertário. Assemelha-se a diversos protagonistas do século 19, como em Il Trovatore e Ernani , da lavra verdiana, e que os paraenses muito aplaudiram àqueles dias.
Maria é um símbolo da pureza mística, e isto vem de sua condição virginal e sua bondade, assumida numa conotação de amor fraternal, ou seja, religioso e metafísico. Seus guardiães, inicialmente o pai, depois Leopoldo e Bug Jargal, velam por ela e sua segurança, obedecem suas palavras chamando-na de anjo, tratam-na venialmente como a uma santa. A integridade moral deste tipo de heroína revela-se logo na sua entrada, irrompendo a cena para impedir que o pai castigue Bug Jargal. Seu gesto revela uma personalidade que põe a bondade, a piedade e a justiça como virtudes morais, acima das convenções sociais ou permissões legais. Para a constância virtuosa de Maria, Malcher planejou manter o âmbito de Ré Bemol Maior (possível homenagem a Verdi) em todas as ocasiões em que ela canta ou que é lembrada, salvo exceções de maior significado.
Aos virtuosos Maria e Bug Jargal opõem-se também em paralelos de raça, duas distintas personificações da maldade humana, Antônio, a ira, e Biassu, a vingança, manifestações incompreensíveis ao mundo ideal. Estes personagens pouco cantam, porque, certamente, para os propósitos de Malcher, bastava que eles existissem. Assim, a música de Antônio tem cerca de duas dúzias de compassos e somente recitativos, enquanto Biassu, que aparece apenas no ato IV, empresta do Cacique de Il Guarany , de Gomes, a sua feição dramatúrgica, num elogio do paraense ao campineiro.
Outro dualismo suscita a discussão sobre gênero.
A condição da mulher entrava em pauta nos assuntos do século 19, e parece ter sido nesta intenção que Malcher e Valle criaram Irma. Ela e Maria são essencialmente a mesma mulher, escrevem seus nomes com as mesmas letras, apenas o fazem de maneira diferente. Maria é um bastião místico. Irma é uma porta-voz popular, uma líder quase revolucionária. Mas Maria é algo terrena no seu voto de amor a Leopoldo, assim como Irma é quase mística na sua maneira sortílega de entrar e sair da ação. Maria é um soprano lírico característico, e Irma foi planejada como contralto, mas sua tessitura é de meio-soprano. Entretanto, o movimento de sua linha vocal, os saltos, algumas notas excessivamente agudas e o texto que tudo isto acompanha, repleto de farfalhar, murmúrios e lamentos, gritos explosivos, evidenciam a transição para o soprano dramático verista, naturalista, que estava por vir.
Elementos naturais não faltam a Irma, até nos sentidos telúrico e nacionalista, pois Malcher compôs para ela um cantabile no ritmo do carimbó paraense, no dueto com Leopoldo no ato II, e um lundu, no dueto com Bug Jargal, no ato IV.
Os dualismos também serviram para acomodar a ação. Malcher usou o modelo do melodrama em quatro atos, mas não como no sentido tradicional verdiano, em que cada ato tem um nome e acaba com um coro. Ele escreveu os dois últimos atos como um espelho dos dois primeiros e não os nomeou.
Malcher frustrou a tradicional finalização com coro do primeiro ato, retirando o coletivo para terminar com um dueto. Assim retardou o clímax para o final do segundo ato, este terminado com concertante de solistas e coro, após longa seqüência de solos e duos. O ato III começa e termina como o ato II, ou seja, vai do solo ao coro, parte do individual para o coletivo. E o ato IV, tal qual o ato I, vai do coro com intervenção solista para terminar com um dueto. Retorna do coletivo ao ambiente particular.
Desta forma, o autor operou dois expedientes estéticos e estilísticos. Provocou a famosa reviravolta, característica do melodrama, pois Bug Jargal, preso e condenado ao fim do ato II, vai ser libertado pela rebelião de São Domingos e aclamado rei, no fim do ato III. Esteticamente o compositor também cria no espectador a esperança de que a ação humana pode reverter as injustiças e mudar a ordem universal, a ilusão aristotélica, que é representada pela quadratura, por isso talvez a escolha do gênero em quatro atos.
A peça pode ser classificada como uma grand opera de acepção italiana, com seus coros, bailado, situações que sugerem o efeito visual, etc. Mas traz consigo modificações e conceitos pessoais, próprios de um compositor periférico e, portanto, mais livre e menos comprometido com as questões internas dos centros irradiadores do momento.
Cada ato tem uma estrutura diferente, e ao longo de toda a obra percebem-se antiqualhas que lembram Rossini e Donizetti, como a canção do bardo, mas também antecipações que Puccini ainda usaria, como o cantabile ladeado de arioso, que Bug Jargal canta no seu dueto com Maria no ato IV. Isto sem falar nos proto-leitmotivs, que acompanham os personagens, sendo que o próprio Bug Jargal tem mais de um destes temas melódicos. Tal ecletismo é mais familiar ao público nortista, para quem a ópera se estreou, pois convivia com isso diretamente na arquitetura.
O dueto final, opção incompreendida pela crítica brasileira do século 19, oferece uma visão interessante e incomum do realismo operístico, em que o herói, como qualquer ser humano, não termina sua aventura na morte redentora, e sim na lembrança dos que conviveram com ele e nele aprenderam. Nenhuma vida acaba, naturalmente, no auge. Com uma mensagem neoplatônica, Malcher nos diz que o homem abandona sofridamente o corpo para sobreviver triunfalmente na memória de seus gestos.
Bug Jargal estreou no Theatro da Paz em 17 de setembro de 1890 e teve várias récitas no mesmo local e posteriormente no Teatro São José, em São Paulo, e no Teatro Lírico, no Rio de Janeiro, até 3 de março de 1891, não sendo mais remontado depois disso.
O autor do libreto é Vincenzo Valle (1857-1890), que se tornou mais conhecido pelo libreto de Labilia , melodrama em um prólogo e dois quadros com música de Nicola Spinelli, vencedor do segundo lugar no célebre concurso da Casa Sonzogno que vitoriou e revelou a Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni.
A música de Bug Jargal foi o primeiro trabalho operístico composto pelo paraense José Cândido da Gama Malcher
(1853-1921). Sua educação musical deu-se inicialmente em Belém e, após concluir estudos de engenharia nos Estados Unidos, aplicou-se em Milão, onde viveu alguns anos. Além de Bug Jargal, ele compôs mais três obras líricas. Além de pianista e regente, Gama Malcher foi empresário lírico.
O melodrama em quatro atos feito por Valle e Gama Malcher baseia-se na novela homônima de Victor Hugo, primeiro trabalho literário deste autor francês. Personagens secundários foram suprimidos na trasladação do assunto para o palco, bem como determinadas ações paralelas. Entretanto, a essência do tema foi preservada.
Como assunto de fundo está a questão abolicionista, que faz sobressair o ponto principal da peça, o amor fraternal de que tanto a humanidade se ressente e que pode ser a solução para as diferenças brutais que ainda hoje se constatam.
Embora sendo um dos últimos exemplares do melodrama em quatro atos, Bug Jargal contém elementos novos na concepção operística. Convivem em sua composição elementos da tradição de Rossini e Verdi, como a estrutura dramatúrgica, e aqueles da scapigliatura e do nascente verismo, como a ampliação do horizonte harmônico e o uso de leitmotiven, por exemplo. A ação passa-se na Ilha de São Domingos, no ano de 1790, e remonta a fatos históricos por volta desta data na ex-colônia francesa.
Márcio Páscoa 
Regente e musicólogo, editou a partitura de Bug Jargal
Fonte: http://www2.uol.com.br/spimagem/ensaio/mpascoa3.htm

Paraense Histórico I !

Gaspar Viana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gaspar de Oliveira Vianna (Belém do Pará11 de maio de 1885 — 14 de junho de 1914) – foi um médico patologista e pesquisador brasileiro, seu trabalho mais importante foi à descoberta da cura para a leishmaniose, que ajudou a salvar a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro[1], Gaspar Vianna foi um dos maiores pesquisadores do ramo da medicina, o que lhe dá até os dias de hoje um grande reconhecimento, e prestígio que o fazem figurar ao lado de grandes nomes da história da medicina Brasileira, com Carlos ChagasOswaldo Cruz e Vital Brazil. No Pará, vários monumentos e logradouros levam o seu nome como o "Hospital das Clínicas Gaspar Vianna"[2], a "Rua Gaspar Viana" e o "Laboratório Gaspar Viana".
Foi eleito o "Paraense do século XX" na promoção feita para a comemorar os 25 anos da Tv Liberal em que várias "Grandes personalidades da História do Estado", foram selecionadas, e concorreram ao título, que foi vencido por Gaspar.Em 1998, numa pesquisa promovida pela revista "Médicos", do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo mediante consulta a 52 escolas médicas, 47 sociedades de especialidades, 22 Conselhos Regionais de Medicina, 20 Associações Médicas Estaduais, Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos, Gaspar Vianna foi eleito Um dos 10 maiores nomes da medicina brasileira no Século XX , ao lado de Oswaldo CruzCarlos ChagasAdolfo LutzRocha LimaEuryclides ZerbiniAdib JateneIvo PitanguyRocha e Silva e Sérgio Ferreira.

Início[editar | editar código-fonte]

Gaspar Nasceu em Belém do Pará, Na Rua Benjamin Constant, no bairro do Reduto, no fim do século XIX. Crescendo numa rua bastante calma e tranquila[3], teve uma adolescência mergulhada em curiosidades, dúvidas e muitos livros, Gaspar concluiu o ensino secundário (ensino Médio) No "Colégio Estadual Paes de Carvalho".Foi lá que ele começou a se interessar pela medicina, interesse que veio a se transformar em paixão e que o levou a realizar a maior façanha de sua vida, a descoberta da cura para a até então considerada incurável Leishmaniose.Antes disso em 1903, Gaspar se mudou para ao Rio de Janeiro, obstinado por seu sonho profissional. A cidade vivia grandes revoluções urbanistas.

Fachada do Castelo da Fiocruz, construído em estilo neomourisco, sedia a instituição.onde Gaspar realizou suas principais pesquisas.
O então prefeito da cidade Pereira Passos preocupava-se com as questões sanitárias e com as doenças que assombravam a população da época. Por isso o médico Oswaldo Cruz foi nomeado pelo então presidente da repúblicaRodrigues Alves, para acabar com a peste bubônica. Neste mesmo ano ele foi designado ao cargo de diretor geral de saúde pública e passou a dirigir campanhas de combate à febre amarela e a varíola, doenças incontroláveis na época. Esse período de estudos e evolução na área médica ficou conhecido como “Sonhos Tropicais”, uma denominação emprestada por um médico, mas também mestre das letras: o escritor Moacyr Scliar. Era um início desafiador para o jovem de 18 anos, que já era órfão de pai, o português Manoel Gomes Viana, e que contava apenas com o apoio da mãe,Leonor Jesus Oliveira, um irmão mais velho e duas irmãs.Logo Gaspar passou a se destacar na faculdade de medicina, e chamou a atenção do professor de histologia, Eduardo Chapot Prévost. Logo Gaspar, junto com o seu irmão Arthur, montou um laboratório de análises clínica no largo carioca, movido pela vontade de aprender cada vez mais, ele passou a frequentar diariamente o "Hospital Da Santa Casa De Misericórdia", que ficava perto de seu laboratório, percorrendo as enfermarias, fazendo necropsias, e por fim, já estava dando aulas aos próprios colegas e ajudá-los a passar nas rigorosas provas do professor Chapot Prévost.
Nesta época, estavam acontecendo grandes progressos na medicina, em 1907 a febre amarela havia sido extinta na cidade do Rio, e a doença de Chagas foi descoberta. Nesta época, Gaspar ainda estudante de medicina, passou em primeiro lugar no concurso para o "Hospital Nacional", e foi lá que ele encontrou o também paraense Bruno Álvares da Silva Lobo, com quem dividira várias experiências e aprendizados. Os dois assinaram.Viana como coautor, a autoria do livro “Estrutura da célula nervosa”. Essa passagem foi a estréia dele na literatura médica. O melhor mesmo veio em seguida, em 1908, quando foi convidado para ser o chefe do serviço de histopatologia do Instituto Oswaldo Cruz, um ano antes de completar o curso superior.[1]

Pesquisas sobre a leishmaniose[editar | editar código-fonte]


Cachorro com leishmaniose visceral exibindo os sintomas típicos da espécie.
Numa época, em que o Brasil vivia um momento de grandes obras,como a das ferrovias que iam de Bauru (SP) em direção a Mato Grosso,elas trouxeram uma série de epidemias, como a ‘úlcera Brava” ou “úlcera de Bauru”. Adolpho Lindenberg, Antonio Carini e Ulysses Paranhos foram os primeiros estudiosos a pesquisarem a moléstia apontando seu agente como L. tropica. Por outro lado, Gaspar Vianna, em 1911, em suas observações, descobriu uma nova espécie desse agente, a qual chamou Leishmania braziliensis, protozoária causador da leishmaniose cutâneo-mucosa. Ele foi além, não restringindo seus estudos à proposição da espécie e assim descobriu o tratamento da doença. Em 1912, Vianna comprovou que o tártaro emético ou antimonial era eficaz para conter a enfermidade, abrindo caminho para o uso da substância também no granuloma venéreo e na esquistossomose. Era o marco inicial da quimioterapia anti-infecciosa.
O trabalho de descoberta do patologista foi então publicado em alemão e teve repercussão mundial, com eficácia extraordinária comprovada no tratamento da leishmaniose cutâneo-mucosa e nos casos mais graves de Leishmaniose visceral ou calazar.

Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]

Na sequência, ele ainda realizou outros trabalhos importantes para a Medicina Tropical, a respeito da blastomicose e outros micoses, e ainda sobre a evolução do Trypanosoma cruzi nos tecidos humanos e de animais.

Morte[editar | editar código-fonte]

Aos 29 anos, em 1914, enquanto fazia a necropsia do cadáver de uma vítima de tuberculose, buscando uma cura para a doença, fez uma incisão no tórax em ponto onde, ele não sabia, havia grande quantidade de líquidos contaminados sob grande pressão torácica. Aberta a incisão, um jato contaminado atingiu sua boca, infectando-o com uma grave infecção tuberculosa que evoluiu para granulia e meningite, falecendo assim dois meses depois, no dia 14 de junho daquele ano.[4]

Paraense Histórico II!

Guilherme Paraense

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Guilherme Paraense
campeão olímpico
Tiro
ModalidadePistola
Nascimento25 de junho de 1884
BelémBrasil
NacionalidadeBrasil brasileiro
Falecimento18 de abril de 1968 (83 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Medalhas
Jogos Olímpicos
OuroAntuérpia 1920Pistola rápida
BronzeAntuérpia 1920Pistola livre por equipes
Guilherme Paraense (Belém25 de junho de 1884 — Rio de Janeiro18 de abril de 1968) foi o primeiro esportista brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, modalidade tiro. Foi militar integrante do Exército Brasileiro, com a patente de tenente e atleta do Fluminense Football Club.

Olimpíada[editar | editar código-fonte]

Paraense embarcou para Antuérpia, em 1920, com delegação de vinte companheiros de modalidades diferentes (natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo) a bordo do navio Curvello, todos por conta própria, pois o COB não organizou a viagem oficial.[1] A precariedade da viagem foi grande, de 3ª classe em camarotes pequenos e sem ar, os atletas dormiram no chão do bar, após a saída do último cliente, precisando acordar cedo para treinar improvisadamente no convés.[1]
Informados na Ilha da Madeira de que o navio não chegaria a Antuérpia a tempo de participarem das provas, desceram em Lisboa, de onde prosseguiram de trem até a Bélgica, em um trem aberto, sob chuva e sol.[1][2] Após viagem que durou 27 dias, na conexão em Bruxelas parte das armas e a munição de Paraense foram roubadas.[2]
Com tantos percalços, a equipe brasileira de tiro (formada por Afrânio Costa (capitão), Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Demerval Peixoto, Mario Maurity e Guilherme Paraense)[1] chegou aos Jogos com moral baixa, sem alimentação e sem material esportivo. Impressionados com a situação dos colegas, os atiradores americanos lhes emprestaram armas e munição, modernas fabricadas especialmente pela Colt, e com elas os brasileiros derrotaram seus benfeitores, ganhando ouro, prata e bronze no Tiro. Paraense, porém, ganhou o ouro com sua própria arma, guardada até hoje por sua filha Oysis Paraense Ferreira.[3]

Medalhas[editar | editar código-fonte]

Paraense venceu a prova de pistola rápida,[4] na prova de desempate individual e, conquistando a primeira medalha de ouro olímpica brasileira, em 3 de agosto de 1920. Sendo também medalhista de bronze por equipe na prova de pistola livre.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Retornando da Europa com a equipe, desta vez num navio bem mais confortável que o Curvello, depois que a notícia da façanha chegou ao Brasil, Paraense foi recebido pelo então presidente da República Epitácio Pessoa e ganhou uma placa de ouro comemorativa. Em 1989 foi homenageado pelo Exército Brasileiro, que batizou com o nome "Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense" o conjunto de estandes de tiro da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ).[1][5]
Em 1922, foi campeão sul-americano de tiro esportivo.
Paraense seguiu sua carreira militar, chegando ao posto de coronel. Participou da Revolução de 1930.
Em 1968, faleceu aos 83 anos de enfarte no Rio de Janeiro, sendo mais reverenciado na Europa que no Brasil.[1][5]