sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Anotações Cleudimardiânas$$$

Trader=Comerciante,dinheiro rápido/Investidor-Longo prazo/Ações do BB em 2005 valião 2,00.Em 2019 valem 48,00.Eis a pergunta:"Porquê quem ganha na bolsa não ensina?"/Abrir uma conta na Corretora pela internet-Não exige SPC,nem SERASA,NEM COMPROVAÇÃO DE RENDA/COM 25,00 PODE OPERAR NA FOREX E NA BOVESPA.AS AÇÕES DO BANCO ITAÚ VALEM MUITO.PREÇO-RELAÇÃO DE TROCA D EUM BEM POR OUTRO OU-QUANTIDADE MONETÁRIA QUE SE ATRIBUÍ Á TROCA POR UM BEM OU SERVIÇO,VALOR,CUSTO.-JUROS COMPOSTOS(APLICATIVO)
Resultado de imagem para imagens de cifrão lilás
-As Grandes potências econômicas do mundo estão no FOREX.Market 24 H Clock(Aplicativo gratuito/Investing.com(Aplicativo)=INFOMONEY/SITE:BLOOMBERG-É FANTÁSTICO/PLAYERS-INVESTIDOR/ESPECULADIR/TRADER(SCALPER,DAY TRADE,SWING,POSITION)/Jogador/Educação Financeira(Google)-TAPE READING-INFORMAÇÕES IMPORTANTES/TÉCNICA GRÁFICA/FUNDAMENTALISTA/STOP GAIN-PÁRE QUANDO EU GANHAR/STOP LOSS-PÁRE QUANDO EU PERDER
*160 MILHÕES DOS NORTE-AMERICANOS OPERAM NA BOLSA.SOMENTE 1 MILHÃO DE BRASILEIROS OPERAM BOLSA NO BRASIL.
*NA NOVA ZELÂNDIA TEM DRONES PARA ENTREGAR PIZZAS(GOOGLE)
*LIVRO:"PAI RICO,PAI POBRE"(GOOGLE)
*"QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO"(GOOGLE)
*QUEM INVESTIU 100 MIL REAIS NAS AÇÕES DA RENNER EM 2005(ANO EM QUE ESTA EMPRESA ENTROU NA BOLSA),ESTÁ COM UMA FORTUNA DE 6,5 MILHÕES EM 2019.
*O BANCO ITAÚ ENTROU NA BOLSA EM 2.000.QUEM INVESTIU ESSE ANO COM 100 MIL REAIS.ESTÁ COM UMA FORTUNA AVALIADA AGORA EM 2019.TEM 8,5 MILHÕES.
*QUEM NASCEU,POR EXEMPLO EM 30 ANOS ATRÁS E SEUS PAIS NO ATO DO NASCIMENTO DESTE FILHO,INVESTIU DURANTE ESTES 30 ANOS,POR MÊS, NUM DEPÓSITO DE 100 REAIS TEM AGORA...
VALOR MENSAL:100,00/TAXA DE JUROS:1,5%/30 ANOS.TEM AGORA EM 2019:1.411.358,54.
*VALOR MENSAL:500,00/TAXA DE JUROS:1,5%/20 ANOS/1.154.427,19.
*FILME:"À PROCURA DA FELICIDADE"(GOOGLE E YOUTUBE)
*O PIB DO BRASIL EM 2018 FOI DE 6,8 TRILHÕES DE REAIS.
*A BOLSA JAPONESA PASSA NA TV ABERTA DO JAPÃO;

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Mineiro que sabia fazer uma "TV Globo de Qualidade"!

 
Há as falsas loiras, as falsas magras e os falsos ingênuos. Mário Lúcio Vaz criou pra si um tipo muito peculiar, o falso bronco.
Carregava no sotaque mineiro (que mais tarde descobri que era opcional e não item obrigatório), fazia cara de quem ou não estava entendendo ou admirando muito o que você dizia. Por um tempo até pensei, nossa, um cara mandando na dramaturgia assim… bobo? Logo descobri que o bobo era eu. Mário se fazia de ingênuo e até mesmo despreparado por estratégia e determinação e acabou se revelando uma das pessoas mais inteligentes que conheci na TV.


Um pouco de contexto histórico: ele começou na TV em Minas, foi parar na Globo levado pelo Borjalo (Mauro Borja Lopes) e logo entrou para o grupo próximo ao chefão, o Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, foto ao lado). Dirigiu "Chico City", mas era consultado sobre tudo mais que se fazia na casa. Como sempre foi avesso a mídia e a dar entrevistas, Mário nunca foi assunto constante na imprensa. Era uma escolha sua, na mesma linha do tipo sou-bobinho-nem-sei-como-me-deram esse cargo. Tudo muito bem construído – tão bem construído que vejo os obituários publicados magros e imprecisos. Provavelmente na Globo de hoje muita gente até acredite que Mário Lúcio foi só um coadjuvante. Boa parte por falta de informação, alguns (muito poucos, Mário nunca foi de criar inimigos com facilidade) por preferirem acreditar que ele era só mais um.
Mário Lúcio dirigiu por muito tempo toda a dramaturgia da Globo. Não foram períodos sempre seguidos. Na verdade, Boni, que acreditava em dividir para reinar, sempre estimulou uma certa antipatia (real) que havia entre Mário Lúcio e Daniel Filho (foto ao lado). Fazia com eles rodízio no cargo. Quando achava que um estava se acostumando demais ao poder ou relaxando, trocava pelo outro. Passávamos por alguns poucos anos de Daniel, depois alguns anos de Mário. Nós autores os chamávamos de Marlene e Emilinha, as eternas cantoras rivais da Radio Nacional.
Ambos sabiam fazer o trabalho, mas tinham estilos radicalmente opostos. Daniel, que continuava como diretor de novelas e também era ator, buscava as luzes do palco. Mário preferia a discrição dos bastidores. Daniel gostava de ostentar poder e conhecimento – e ele tinha os dois. Às vezes era brilhante. Às vezes apenas autoritário. Era difícil. Eu também nunca fui um amorzinho, então nem sempre nos entendíamos.
Com Mário era mais fácil. Uma vez expliquei pra um amigo: você entra na sala do Daniel com a ideia de fazer uma novela sobre Fadas e Elfos. Na saída você agradecia a ele por ELE ter tido a ideia de fazer uma novela sobre Fadas e Elfos. Com Mário Lúcio você entrava com essa ideia e na saída ele agradecia porque você teve a brilhante ideia de fazer uma novela sobre mineradores e ladrões de joias. O mineiro era tão hábil que demorava uma meia hora até você perceber que ele mudou tudo o que você queria fazer, mas te fez pensar que a ideia foi sua.
Ele não disputava com nossos egos. Pelo contrário, nos deixava falar, fazia cara de como-você-é-inteligente, tudo que nossos egos às vezes frágeis precisam, mas no fim quem determinava o mapa do percurso era ele. Era quase desprovido de ego. Quase, que ninguém é de ferro.
Foi com ele na chefia que fiz a maior parte dos meus trabalhos. Mesmo que sem perceber, eu fazia parte da turma do Mário – ou seja, quando ele caía do poder e ia para uma salinha ridiculamente pequena, numa caricatura de purgatório na (rua) Lopes Quintas, eu também ficava menos frequente no ar. Ia lá, visitava Mário na sua choupana provisória e ia almoçar com ele e com seu escudeiro Durval Honório (foto)– um dos homens que mais entende de novela que já conheci, também precocemente aposentado por uma Globo que ficou tão grande que às vezes se esquece de pedaços seus largados pelo caminho.

Humberto Martins e Marcello Novaes em "Vira Lata", de Carlos Lombardi
Foi com Mário que fiz também minha novela mais malsucedida – "Vira Lata" (1996). E o pior é que ele sabia que não ia dar certo. Achava que eu não tinha construído bem a protagonista e que não deveria ter aceito algumas escalações de elenco que me foram impostas. Estava certo. No final do primeiro capítulo, ao qual assisti com a equipe e meu amigo e colaborador Vinícius Vianna, todo mundo aplaudia, Vinícius olhou pra mim e perguntou o que foi, a novela foi ótima. Lembro que só respondi ótima o #$&*@, fodeu. Penei. Só consegui virar a novela lá pelo capítulo 60. Depois de tudo perguntei pro Mário porque ele deixou a novela sair se achava que havia tantos erros. Ele disse que eu precisava de um fracasso para crescer. O fracasso ensina mais que o sucesso. "E de lambuja você aprendeu a consertar uma novela no meio". Depois disso, virei o homem da caixa de ferramentas dele por uns 15 anos, chegando a assumir duas novelas de outros autores para consertos e funilaria em geral.
Mário, fazendo o matuto, sabia ser ousado. Foi a primeira pessoa a aprovar "O Quinto dos Infernos" (2002) numa Globo insegura, vivendo pela primeira vez sem o Boni. Como sempre, quando dona Marluce (Dias, foto) assumiu, Mário foi esquecido na salinha. Seus escolhidos foram Paulo Ubiratan, Daniel (Filho) e Carlos Manga. Infelizmente, Paulo morreu e, como Roma já havia provado, triunviratos nunca terminam bem. Daniel, ex-assistente de Manga, ganhou a batalha e ficou chefe de novo. Mas o temperamento dele definitivamente não combinou com o dela e eis que de repente quem sai do borralho? Mário Lúcio, nosso modesto herói.

Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda em "Terra Nostra", de Benedito Ruy Barbosa
Marluce confiou em Mário e acabaram se dando muito bem. Sempre faço questão de dizer que a Marluce que entrou na Globo sabia pouco de TV. Mas ela aprendeu muito. Marluce era muito inteligente e ávida por conhecimento. Mário também gostava de ter alguém de temperamento forte para exercer o poder final enquanto ele permanecia discreto reorganizando o departamento. Foi época de grandes sucessos de autores próximos a ele, como "Terra Nostra" (1999-2000) de Benedito (Ruy Barbosa) e minha própria "Uga Uga" (2000-01).
Minha história mais maluca com Mário, porém, foi antes. Em 94 me chamou ao Rio pra ver minha pré-sinopse de novela (estranhei, era coisa para estrear em maio do ano que vem). Era um texto curto, um fiapo de duas histórias centrais que se cruzavam. Mais contei do que ele leu. Mário me mandou falar com Homero Icaza Sanchez dizendo que o Bruxo das pesquisas (e era mesmo) ia me falar sobre as telespectadoras que naquele momento eram o público-alvo. Conversa ótima, ele me deu dados para rechear minhas quatro mulheres principais. Passei pela sala do Mário na volta:
– Tchau, Mário, vou pra Sampa.
– E vê se escreve logo.
– A sinopse, né? Afinal isso aqui é só um esboço.
– Não, os capítulos. A novela estreia em 56 dias.
Quase caí duro. Falei impossível uma dezena de vezes, falei que era abuso, ou seja, fui o chato que sempre sou quando sou pego de surpresa. Mário esperou meu fôlego acabar e disse tranquilo.
– Estréia em 56 dias. E sei que estreia porque você é maluco e vai escrever e o Ricardo Waddington é maluco e vai dirigir. Vocês vão enlouquecer a Globo inteira, vão exigir todos os cenários e todos os elencos mas vão botar no ar.
A novela estreou na data prevista.

Leticia Spiller, Marcello Novaes e Betty Lago em "Quatro por Quatro"
A novela se chamou "Quatro por Quatro" (1994-95) e, modestamente, foi um arraso. Mário só me contou uma mentira nisso tudo. Disse que como a encomenda era de supetão a novela ia ser mais curta. Em vez de 150 seriam uns 120 capítulos. Acabaram sendo 233. A segunda novela mais comprida da Globo (a cores), só atrás de "Barriga de Aluguel" (1990-91) de minha amiga Glória (Perez).
Para mim pessoalmente a Globo ficou mais triste em 2008 quando Mário se desentendeu com Otávio Florisbal e foi defenestrado. Eu já esperava algo assim, era evidente que os dois não se combinavam. Pessoalmente acho que a Globo perdeu muito tanto de graça como de ousadia.
Afinal, o mineirinho discreto, sempre vestido de branco por promessa religiosa, era mais ousado do que ele queria que percebessem. Ele lançou muita gente na Globo: Glória Perez (com Mário Lúcio na foto), Aguinaldo Silva, João Emanuel Carneiro, Walcyr Carrasco e eu.
O que de melhor ele deixou foi a valorização da figura do autor. Ele sempre disse que tudo numa novela pode dar errado que se dava um jeito. Menos a história. Até tinha como se consertar, mas a marca do remendo era mais evidente. Foi num dos seus períodos de poder que se normatizou que o nome do autor seria sempre o primeiro numa abertura de novela, com o crédito novela de. A TV brasileira às vezes tem momentos de cinema francês, em que o diretor é a figura mais importante, oscila entre seu amor e ódio pelos autores – que são os donos do futuro para toda a equipe, cast, público, já que inventamos a história enquanto ela é apresentada. Mário uma vez me repreendeu por eu não ter pedido pra regravarem coisas que vi que estavam erradas num trabalho meu. Eu falei que o povo do Projac já achava que eu me metia demais. Mário foi duro: " Quando não der Ibope, ninguém vai lembrar ah, como ele ficou bem no canto dele. Só vão dizer que a novela é uma merda. E nessas horas, a culpa é só do autor".... -Ele criou o showrunner antes do nome virar moda a partir da TV americana. Afinal, autores de novela não são poetas que contam uma "Ilíada", mas gente com planilhas com números de cenários que cabem no estúdio, que podem aumentar ou diminuir o custo de um produto ao sabor de sua imaginação e que devem modular sua história ao sabor das paixões e ódios do público. Um pouco dessa magia foi embora quando Mário foi aposentado. Ele fez falta nos últimos dez anos. Agora vai fazer falta pra sempre.P.S. Como escrevi com pressa e emocionado, cometi omissões importantes. Também foram lançados pelo Mário como autores de novela Miguel Falabella, Duca Rachid e Thelma Guedes, Alcides Nogueira e Emanuel Jacobina.*Carlos Lombardi é autor de novelas e séries. Trabalhou na Globo entre 1981 e 2010. ... - Veja mais em https://tvefamosos.uol.com.br/blog/mauriciostycer/2019/07/23/mario-lucio-vaz-criou-a-figura-do-showrunner-muito-antes-de-virar-moda/?cmpid=copiaecola
Texto Complementar:
MÁRIO LÚCIO VAZ
Mário Lúcio Vaz em depoimento ao Memória Globo, 2000. Frame de video/Memória Globo
O executivo Mário Lúcio Vaz nasceu em Belo Horizonte em 1933. Ingressou na Globo em 1970. Foi diretor do humorísticos Chico City e Praça da Alegria e  diretor da Central Globo de Produção. Deixou a emissora em 2008 e morreu em 2019. 

TRAJETÓRIA

Mario-Lucio-Vaz---foto-10.jpg Mário Lúcio Vaz. Acervo pessoal Mário Lúcio Vaz
O pai de  Mário Lúcio Vaz era jornalista e faleceu pouco antes de o filho completar dois anos. Sua mãe, funcionária pública federal, ficou viúva aos 23 anos, grávida e com quatro filhos. Mário Lúcio começou a trabalhar aos nove anos, para ajudar nas despesas de casa. Foi entregador de farmácia, balconista de armazém e, aos 14 anos, conseguiu um emprego como office-boy no antigo Banco Industrial e Comercial de Minas Gerais.

O início na televisão foi curioso. Mário Lúcio estava juntando dinheiro para se casar e um amigo do banco perguntou se ele não queria trabalhar como datilógrafo na TV Itacolomi, em Belo Horizonte. Para aumentar sua renda mensal, ele aceitou e passou a datilografar os scripts da emissora à noite. Interessado no funcionamento da emissora, aproveitava os horários de folga para conhecer a parte operacional, fazendo visitas frequentes aos diretores e operadores da estação. Graças a essas visitas, acabou sendo convidado para assumir o cargo de diretor de imagem do telejornal Aerovias Brasil. Aos poucos, passou a dirigir também os musicais e teleteatros da emissora até tornar-se diretor artístico da TV Itacolomi.

Leia mais
Em 1964, foi trabalhar no canal 8 da TV Triângulo, em Uberlândia, com a função de organizar a programação local. Permaneceu no cargo por oito meses e voltou para a TV Itacolomi de Belo Horizonte. Pouco tempo depois, recebeu novo convite de trabalho, de Walter Clark e José Maria de Castro Neves, diretores da TV Rio, para trabalhar como diretor de imagem na emissora no Rio de Janeiro. Mário Lúcio Vaz permaneceu na TV Rio por muitos anos. Foi responsável pela direção de diversos programas, como Moacyr Franco Show, Show Sem Limite, de J. Silvestre, e Rio Jovem Guarda.

Ingressou na Globo no final do ano de 1970, convidado de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Sua primeira incumbência foi assumir a função de diretor de imagem do programa de variedades
Alô Brasil, Aquele Abraço. Desempenhava também o cargo de produtor da atração. Com Arlete Salles, Lúcio Mauro, Renato Corte Real e José Fernandes, Alô Brasil, Aquele Abraço era realizado ao vivo e foi apresentado até 1972.  
O programa, baseado em uma competição entre os estados do Brasil, contava com diversas atrações, como números musicais e circenses. Alô Brasil, Aquele Abraço estimulava a participação dos telespectadores, feita pelo telefone ou através de cartas enviadas à Globo. O público elegia as melhores atrações do programa, que eram premiadas.

Ainda na década de 1970, Mário Lúcio passou a assessorar o diretor Augusto César Vannucci nos programas da linha de shows. Dirigiu
Show da Girafa, Moacyr TV, Globo de Ouro, entre outras atrações. Nessa época, assumiu também a direção de Chico City, programa estrelado por Chico Anysio, ambientado numa cidade fictícia, onde o humorista interpretava a maioria dos personagens. Mário Lúcio permaneceu à frente do programa até 1976, quando foi substituído por Carlos Manga. “Foram mais de 40 anos acompanhando o Chico Anysio, desde antes da Globo. Uma amizade maravilhosa, uma das coisas mais bonitas que eu tive”, lembrou ele em entrevista ao Memória Globo. Assumiu, em seguida, a direção do humorístico Praça da Alegria, criação de Manoel da Nóbrega, outro marco do humor na televisão brasileira.

Na década de 1980, Mário Lúcio Vaz foi convidado por Mauro Borja Lopes, o
Borjalo, então diretor da Central Globo de Produções, para ser seu assessor. Mário Lúcio Vaz trabalhou com Borjalo por cerca de dez anos. Em 1983, tornou-se diretor de produção. Em seguida, esteve à frente do projeto de criação da área de controle de qualidade, ao lado de Roberto Buzzoni. Em 1991, assumiu o cargo de direção da então Central Globo de Produção, em substituição a Daniel Filho.

Em 1990, Mário Lúcio Vaz foi responsável pela coordenação do programa Teletema, programa que tinha como característica a experimentação, mostrando, a cada semana, uma história em capítulos, exibidos de segunda a sexta-feira, antes da novela das 18h. A maior parte dos roteiristas do Teletema eram estreantes em televisão e tinham liberdade de criação, do texto à linguagem narrativa.

Em 1998, durante poucos meses, esteve à frente da Central Globo de Criação, projeto desenvolvido pela então diretora-geral da Globo,
Marluce Dias, dedicado ao desenvolvimento de novos programas e talentos. Em seguida, assumiu o cargo de diretor da Central Globo de Controle de Qualidade, cujo objetivo era analisar os produtos criados e exibidos pela emissora. Na função, Mário Lúcio tinha relação próxima com os roteiristas da casa, e acreditava que o sucesso de uma novela estava no fator surpresa: “Na dramaturgia, se escreve Shakespeare até hoje. A maneira de apresentar ódio, amor e ciúme é que difere, de um autor para o outro”.

A Central contava com uma equipe de analistas com formação em diversas áreas – dramaturgia, produção musical, artes cênicas, humor, edição, direção, sociologia e pesquisa de mercado – que avaliavam os programas sob os aspectos de conteúdo, ética e comercial, entre outros. Além da direção da CGCQ, Mário Lúcio também desempenhava a função de diretor geral artístico da Globo, sendo responsável pela supervisão dos núcleos de produção de toda a teledramaturgia da Rede Globo.

Em março de 2008, Mário Lúcio deixou suas funções executivas na Globo e passou a ocupar o cargo de diretor associado Artístico, prestando consultoria para a Direção Geral à área de Entretenimento, que reúne as áreas de criação, produção, recursos artísticos e controle de qualidade, então dirigida por Manoel Martins.

Mário Lúcio Vaz morreu aos 86 anos em 21 de julho de 2019. 
 
[Depoimento concedido ao Memória Globo por Mário Lúcio Vaz em 09/11/2000.]
Fonte:http://memoriaglobo.globo.com/perfis/talentos/mario-lucio-vaz/trajetoria.htm

 




AMAVA!ERA "XOU"!!!

Xou da Xuxa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Resultado de imagem para imagens da capa do disco da xuxa


Question book-4.svg
 Marquei um "X",um "X",um "X" no seu coração!
Disambig grey.svg Nota: Se procura por o álbum Xou da Xuxa, veja Xou da Xuxa (álbum).
Xou da Xuxa
Logotipo utilizado entre 1988 e 1989.
Informação geral
Formato Programa de auditório
Gênero Infantil
Duração 300 minutos (1986–1992)
180 minutos (1992)
Criador(es) Wilson Rocha
País de origem  Brasil
Idioma original português
Produção
Diretor(es) Paulo Netto (1986)Marlene Mattos (1987–1992)
Apresentador(es) Xuxa
Elenco
Tema de abertura "Doce Mel (Bom Estar com Você)", Xuxa
Exibição
Emissora de televisão original Rede Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 30 de junho de 1986 (1986-06-30) – 31 de dezembro de 1992 (1992-12-31)
N.º de temporadas 7
N.º de episódios 2 000
Xou da Xuxa foi um programa infantil de variedades apresentado por Xuxa Meneghel na Rede Globo entre 30 de junho de 1986 a 31 de dezembro de 1992, com 2000 edições concluídas. O Xou substituiu o programa do Balão Mágico. Mais tarde, foi reprisado entre janeiro e fevereiro de 1993, na transição das mudanças de programação da emissora. Em seguida, a Globo substituiu as reprises do Xou pelas reprises do Show do Mallandro, apresentado por Sérgio Mallandro. Na mesma época, também era exibido o programa infantil Mundo da Lua, da TV Cultura. Na grade diária da TV Globo, o Xou da Xuxa foi sendo substituído pela TV Colosso, enquanto a apresentadora preparava seu programa exibido aos Domingos.
Ocupando as manhãs de segunda-feira, o programa apresentava quadros de brincadeiras (principalmente competições e números musicais) intercalados com desenhos animados. Apesar das sistemáticas reações negativas dos intelectuais e da crítica especializada, em pouco tempo o Xou da Xuxa se tornou o programa infantil de maior sucesso da história da televisão brasileira, transformando sua apresentadora em um fenômeno entre meados dos anos 80 até início dos anos 90.[1]
O padrão de programa do Xou da Xuxa (cenografia, personagens e músicas) foi transformado em franquia. Assim a Panamericana Televisión em 1989[2] criou a versão peruana Xou da Xuxa intitulada El Show de Yuly[3]

Resultado de imagem para imagens da capa do disco da xuxaResultado de imagem para imagens da capa do disco da xuxaResultado de imagem para imagens da capa do disco da xuxa

Índice


 

Histórico do programa

Escalado para substituir o programa Balão Mágico,que foi cancelado no primeiro semestre de 1986,o Xou da Xuxa herdou deste o horário, a fatia de público e o acervo de desenhos. Mas a estrutura básica do Xou da Xuxa,foi herdada Clube da Criança, programa do fim de tarde da Rede Manchete que revelou Xuxa como apresentadora. Mas na nova emissora o programa ganhou uma produção mais arrojada, o tratamento do padrão Globo de qualidade e uma marcante mudança de órbita --- todos os elementos passaram a girar em torno da personalidade de Xuxa, o que, no limite, despertava nas crianças uma reverência praticamente religiosa.
O programa misturava brincadeiras, atrações musicais, números circenses, exibição de desenhos animados e quadros especiais, e contava com a participação de em média de 200 crianças em cada gravação. O programa era dividido em nove blocos de segunda a sexta-feira, e em sete blocos aos sábados. Geralmente, os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não viam os últimos blocos do Xou da Xuxa, pois a RBS TV antecipava o seu encerramento para exibir o Jornal do Almoço, que na época começava às 11h30.
Para comandar a atração, Xuxa contava com o auxílio de personagens que logo se tornariam marcas de seus programas, como as auxiliares Andréa Veiga e Andréa Faria, a “Sorvetão”, que evoluíram para o nome de Paquitas, Dengue (Roberto Berttin) e Praga (Armando Moraes). Eles ajudavam a apresentadora na organização e na animação do auditório.O uniforme das Paquitas era composto por roupas inspiradas em soldadinhos de chumbo,usando botas brancas, enquanto o personagem Dengue, um enorme mosquito cheio de braços, vestia-se de amarelo e vermelho dos pés à cabeça, e o baixinho Praga, usava uma fantasia de tartaruga.
A principal preocupação da equipe do programa era deixar as crianças livres, como se estivessem num parque de diversões. Para garantir o clima de descontração, o infantil era feito com o mínimo de edição possível, transmitindo a ideia de um programa ao vivo. Outra característica marcante do Xou da Xuxa eram as coreografias diferentes encenadas pela apresentadora em cada número musical do programa, todas criadas pelo bailarino uruguaio Oswald Berry.
O programa tornou-se líder de audiência em pouquíssimo tempo no seu horário e fez da apresentadora o maior ídolo infantil do país. Xuxa referia-se às crianças como “baixinhos” e, por isso, passou a ser chamada de “Rainha dos baixinhos”. Seu bordão “beijinho, beijinho e tchau, tchau” também virou febre e é uma das marcas mais fortes da apresentadora. Foram lançados diversos produtos licenciados com a marca de Xuxa, como bonecas, roupas e acessórios, e as crianças de diferentes níveis sociais começaram a se vestir igual a apresentadora. As botas de couro brancas e as “xuxinhas” para prender os cabelos viraram febre entre crianças e adolescentes e se tornaram um ícone dos anos de 1980 no Brasil.
Ao longo dos anos, o Xou passou a investir em quadros, diversificando as atrações do programa.
Vários personagens interpretados por Xuxa permaneceram no ar ao longo da existência do programa. Entre os de maior repercussão estavam Vovuxa, uma simpática velhinha que adorava contar histórias e piadas; Madame Caxuxá, uma astróloga que transmitia mensagens sobre higiene e alimentação como se estivesse lendo o horóscopo do dia; Dra. Boluxa, médica que dava conselhos para as crianças de como agir no dia-a-dia em caso de doenças e pequenas lesões; e Xoxum, sábio chinês que ensinava a reciclar materiais e os transformar em brinquedos.
O Xuxerife também se juntava à turma do Xou da Xuxa para investigar denúncias feitas pelas crianças através de cartas.
O programa era inteiramente gravado no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro.
O figurino da apresentadora, criado por Sandra Bandeira e sua equipe, era uma atração à parte: em cada programa, Xuxa aparecia com um modelo completamente diferente. Em novembro de 1988, cerca de dois anos e meio depois da estreia, Xuxa já havia se vestido de 759 maneiras diferentes. Apesar de estar sempre mudando o visual, a marca registrada de Xuxa eram as minissaias, as xuquinhas, as botas e as ombreiras.
A direção geral continuava com Marlene Mattos, e a coordenação de produção era de Nilton Gouveia.

Atrações musicais

Além de receber artistas convidados, Xuxa sempre cantava músicas de seu repertório. Dentre os convidados mais frequentes estavam Trem da Alegria, que gravou várias músicas com a apresentadora, Beto Barbosa que era um convidado habitual no ápice da lambada, Cid Guerreiro (compositor de várias músicas de sucesso da apresentadora), a cantora Rosana, os palhaços Atchim & Espirro, a sua protegida Patrícia Marx, José Augusto, Dr. Silvana & Cia., a sobrinha de Marlene Mattos Angel, Roupa Nova, João Penca & Seus Miquinhos Amestrados ,Sérgio Mallandro,e até a cantora paraense Francisdalva,na época considerada a "Rainha da Lambada",em 1988.

1ª Temporada



A icônica nave espacial de Xuxa remontada durante uma das apresentaçõs da turnê XuChá no Metropolitan, no Rio de Janeiro.
Em 30 de junho de 1986, estreava o primeiro Xou da Xuxa.
A primeira abertura que era exibido entre 1986 a 88, abordava o universo infantil unindo animação e elementos reais. Xuxa aparecia com uma cartola, de onde saíam diversos brinquedos e objetos, como aviões, pirulitos e bonecas, que ganhavam vida e se misturavam com as crianças, ao som da música "Doce mel", cantada pela apresentadora (esta primeira versão fez parte do álbum Xou da Xuxa vol. 1).
O primeiro cenário foi elaborado pelo desenhista Maurício de Sousa – criador da Turma da Mônica – e pelo cenógrafo Reinaldo Waisman. Ele foi concebido de modo que as crianças pudessem brincar livremente por todo o espaço. Assim, cada canto do cenário contava com alguma atração: a cauda de um imenso dragão se transformava em escorregador, a copa de uma árvore servia de telhado para um carrossel e o colo de um mestre cuca funcionava como apoio da gangorra. A ideia era que tudo que estava presente no palco pudesse ser usado pelas crianças durante as brincadeiras. Havia, inclusive, um câmera que, vestido de palhaço, circulava entre as crianças com um equipamento portátil, registrando todos os detalhes e a espontaneidade das brincadeiras.
O modelo da nave (que viria ser a marca registrada da apresentadora) era rosa clara em formato médio, tinham janelas redondas e não tinham portas no centro. Ela descia ao som de “Amiguinha Xuxa” (1986 – “Xou Da Xuxa”) (Messias Correa/ Rogério Endé). O microfone tinha um enfeite verde de rostinho desenhado a mão. Era colocada na cabeça do microfone na época. Algum tempo depois, as carinhas verdes foram refeitas e sem os pompons amarelos.
As brincadeiras e gincanas com as crianças e os números musicais apresentados por Xuxa tomavam a maior parte do programa nos primeiros anos.O programa tinha oito blocos,somando aproximadamente 80 minutos. Um sol que se movia e uma boca no centro do palco eram as grandes atrações cenográficas. Diariamente, a apresentadora dava parabéns aos aniversariantes do dia com a música "Parabéns da Xuxa" (Xuxa/ Mauricio Vidal) e fornecia dicas de alimentação saudável para as crianças enquanto tomava seu café da manhã ao som de "Quem quer pão" (Tuza/ J. Corrêa).

2ª Temporada (1 ano)

Em março de 1987, o cenário ainda sob responsabilidade de Maurício de Sousa e Reinaldo Waisman, sofreu sua primeira modificação. Os personagens que faziam parte das histórias contadas por Xuxa, como o cãozinho Xuxo, transformaram-se em escorregadores e balanços. A nave espacial que transportava a apresentadora na abertura e no encerramento do programa também foi modificada, além de ficar maior, a cor rosa foi realçada. Foram colocadas as bocas vermelhas que piscavam. Assim como no ano anterior, ela descia também ao som de “Amiguinha Xuxa”, mas tendo uma adição da coreografia da mesma, e subia ao som da versão instrumental de "Doce Mel" que viria ser tocada nos anos seguintes. O programa teve participações de Paquitas, Dengue e Praga, com redação de Wilson Rocha, edição de João Henrique Schiller, Jorge Rui de Almeida e Fernando de Almeida, direção de Paulo Netto e depois Marlene Mattos
Na época, houve a troca do sistema de som da Rede Globo, o que ocasionou várias trocas de microfone ao longo da temporada.

3ª Temporada (2 anos)

A abertura foi trocada pela primeira vez em 1988. Surgem várias crianças de rosto pintado enquanto Xuxa passava pela tela a todo momento, sendo apenas focada da cintura para baixo. No fim, Xuxa se sentava, mandava um beijo e surgia o então novo logotipo do programa. A música "Doce Mel" teve uma segunda versão exclusivamente para abertura dessa e da abertura seguinte.
A nave que aparecia na parte direita do cenário na fase anterior, passou a ser parte central, e perto do fim daquele ano, a nave foi novamente reformulada: ficou maior, as bocas passaram a ter luzes no contorno. A chegada triunfal da apresentadora era mantida. Xuxa usava um adesivo com uma marca do beijo colado no microfone.
Em seu segundo aniversário, a exibição foi feita ao vivo, direto do Teatro Fênix. Nessa edição, cantou "Ilariê" no lado de fora em frente aos seus fãs e seu público.
Naquele momento, junho de 1988, o Xou da Xuxa tinha oito blocos, somando aproximadamente 80 minutos. A partir daquele ano, foi criado o quadro "Paradão dos Baixinhos", que ia ao ar nos programas de sábado, com a participação dos artistas que mais se destacavam na música nacional naquela época.

4ª Temporada (3 anos)

A abertura foi trocada novamente no ano de 1989. Xuxa aparecia se divertindo ao lado de várias crianças em um parque de diversões feito em animação gráfica. O logotipo teve pequenas alterações e passou a ser colorido, como também foi usada na abertura seguinte.
Na parte interior da nave, o letreiro com o número 89 foi substituído por um enorme X repleto de luzes que piscavam o tempo todo. A chegada triunfal da apresentadora continuou mantida, mas com som das palminhas, tanto quanto a subida da nave. O microfone usada por Xuxa, ganhou uma carinha amarela, com cabelinho alaranjado e que tinha algumas variações. O programa continuou a ter as participações de Paquitas, Dengue, Praga e Duda Little, com redação de Emanoel Rodrigues e direção de Marlene Mattos.
Em junho de 1989, um quadro marcante foi lançado: o Bobeou Dançou, que consistia em uma gincana dirigida aos adolescentes. Exibido no programa de sábado, tinha 20 minutos de duração. Cerca de um mês depois, o quadro passou a ser apresentado como um programa independente, aos Domingos, mantendo o nome "Bobeou dançou".
O Xou da Xuxa atingiu a marca de mil programas no dia 8 de setembro de 1989. Para comemorar a data, foi produzido mais um programa especial. A equipe de produção e criação decidiu convidar para dividir o palco com Xuxa pessoas que tiveram alguma relação com o número mil, como, por exemplo o seu ex- namorado Pelé, que, em 19 de novembro daquele ano, comemorava os 20 anos de seu milésimo gol. Nessa época, o programa era dividido em nove blocos, com cerca de 30 minutos cada – quando eram exibidas brincadeiras, atrações e apresentados os convidados.

5ª Temporada (4 anos)

A nova fase estreia com uma abertura totalmente animada. Xuxa sai com sua nave de um planeta em forma de coração e viaja por diversos lugares do mundo: Onde ela manda beijos e se transformando em africana e japonesa. A seguir, foi mostrado a nave chegando ao RJ e a empolgação das crianças avistando o disco voador no céu, até Xuxa aterrisar em uma multidão de crianças, no meio da cidade, com vários balões e pombas. A música "Doce Mel" ganhou uma versão instrumental bem infantilizada e acelerada e diferente da versão original, ou seja, adequada para esta abertura. As participações continuavam das Paquitas, Paquitos, Dengue, Praga e Duda Little, com redação de Emanoel Rodrigues e direção de Marlene Mattos.
A chegada triunfal da apresentadora era mantida, mas ao som de uma nova versão de “Amiguinha Xuxa” por conta também da mudança de coreografia.
O microfone ganhou um X (substituindo o rostinho) do enfeite, passando a usar novamente o modelo do ano anterior, mudando apenas o formato do microfone por conta da mudança do padrão da emissora. A apresentadora usou um headset,como parte de alguns testes no sistema de som da emissora no final daquele ano e por fim, um de uso exclusivo para apresentadora. Como também usava a cor dourada e prata nos anos seguintes.
Nessa fase, o personagem Praga se afastou do programa por problemas de saúde. Em 1991, Sérgio Mallandro apresentou no lugar da Xuxa, enquanto ela estava de férias até o dia do seu aniversário em 27 de março daquele ano, ainda na presença de convidados musicais.

6ª Temporada (5 anos)

Em 1991, o cenário foi redesenhado por João Cardoso, e mostrava alguns dos mais conhecidos símbolos turísticos do mundo, como o Big Ben, a Torre de Pisa, um moinho holandês ou mesmo o templo do Taj Mahal. Novos brinquedos também passaram a integrar o espaço, e a nave que trazia e levava Xuxa passou a ter um estilo futurista. Na plateia, onde ficavam os responsáveis pelas crianças que participavam do programa, o cenário representava as áreas geladas do mundo, com desenhos de esquimós e pinguins. A chegada triunfal da apresentadora mudou, passou a cantar “Novo Planeta” (1991 – “Xou da Xuxa Seis”).
O personagem Praga retornou depois de um ano.
A nova temporada começou no dia 22 de abril de 1991, ganhou novos quadros e dois repórteres-mirins, Raquel Batista e Caíque Benigno. Entre os quadros de destaque desse período estavam o Nossa Gente Brasileira, com breves entrevistas com famosos e anônimos que se destacam por suas atitudes, e Papo Sério, em que Xuxa entrevistava autoridades e especialistas em diversas áreas. Rosane Collor de Mello e o ministro Alceni Guerra foram alguns dos convidados do quadro. Os dois novos repórteres entrevistavam personalidades do meio artístico e esportivo, que eram exibidas ao longo do programa. Além disso, estavam à frente do quadro Xuxa Cidade, em que crianças faziam denúncias sobre problemas de suas ruas e bairros. As reclamações eram feitas através de cartas enviadas à produção do programa.
Quando o programa completou cinco anos, a preocupação maior foi transmitir mensagens de conscientização ambiental. Entre as participações especiais estavam o cantor e compositor Tom Jobim, as atrizes Marília Pêra, Malu Mader e Cássia Kiss e o escritor Jorge Amado. Todos deram depoimento sobre a apresentadora Xuxa e seu programa.
Em 12 de outubro naquele ano, quando foi comemorado o dia das crianças, Xuxa voltou a cantar "Amiguinha Xuxa" (que só repetiria no último programa) na abertura desta edição que contava com as participações musicais das Paquitas, além das apresentadoras Angélica e Mara Maravilha. No fim do programa especial, Xuxa divulgou que estava pensando em cancelar a produção do programa.

7ª Temporada (6 anos)

Em 27 de março de 1992, Xuxa começou a apresentar sozinha a sua edição de aniversário, apresentando imagens do seu show na Argentina que ocorreu no final de 1991.
O Xou da Xuxa voltou em abril de 1992, os cenários foram novamente modificados pelo cenógrafo João Cardoso: a nave passou a ter um visual próximo ao universo do videogame, ou seja, ela passou a ser branca, e as bocas foram substituídas por Xs e as luzes que piscavam estavam em torno da nave. O cenário incluia robôs, túneis, carrinhos e paredes laterais com movimento passando a compor o palco.
A chegada triunfal da apresentadora mudou novamente, cantando a primeira parte de “Xuxa Park” (1992 – “Xou da Xuxa Sete”). Xuxa passou a usar um microfone das cores Branca e Preta,este microfone foi usado pela apresentadora até meados de 1997.
Foram preparadas 40 novas brincadeiras, novos quadros e novos desenhos. Entre os quadros, destaque para Famoso por dois minutos, Histórias de uma infância e O X do problema. O público adolescente também ganhou um espaço maior no programa, por meio das Competições da Xuxa, para crianças a partir de 12 anos, com disputas entre grupos de escolas, condomínios e comunidades. A gravação dessas provas era mensal, contando com 300 pessoas, e eram realizadas no campo do Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.
Andréa Veiga, a primeira Paquita da Xuxa, era a apresentadora da nova atração.
Em 30 de junho daquele ano, o programa completava 6 anos. Essa edição começou com a apresentação das Paquitas, acompanhada com balé coreografado por Oswald Berry ao som do medley dos sucessos da apresentadora.
Aos sábados, o "Xou da Xuxa" abria um espaço para o programa Paradão da Xuxa, com destaques para a música popular, sertaneja, novos cantores e os melhores do mês, com o mesmo cenário utilizado posteriormente no "Paradão da Xuxa" especial exibido no ano anterior.
Nesses últimos meses, apresentadora anunciava que o fim do programa estava próximo e durante este período,o anúncio era feito com uma imagem da apresentadora com o cantor Michael Jackson.
O último "Xou da Xuxa" foi ao ar em 31 de dezembro de 1992, com a apresentação do programa número 2000. Para o encerramento preparou-se uma superprodução, que – além do cenário especial criado por João Cardoso – contou com a presença de diversos convidados que marcaram a vida pessoal e profissional da apresentadora. Entre eles, os grupos Trem da Alegria e os Paquitos (que anunciaram o fim do grupo no mesmo dia),as antigas Paquitas,o apresentador J. Silvestre e o compostor de vários sucessos de Xuxa, Cid Guerreiro. Nesta última edição,foram mostrados os bastidores da primeira edição do programa em 1986.
O clímax da gravação do último programa aconteceu, quando ela reencontrou seu pai, Luís Meneghel, com quem não falava havia cinco anos.

Audiência

Audiência na Região Metropolitana de São Paulo
de acordo com o IBOPE
Ano
Audiência
Share
1986 24 pontos
1987 24 pontos
1988 25 pontos
1989 26 pontos
1990 25 pontos
1991 20 pontos
1992 21 pontos
Média Parcial 19,4 pontos
  • O sucesso do Xou da Xuxa levou a um esforço para conquista de mercados internacionais, com resultados variados. A versão da Argentina foi um fenômeno, atingindo 44 pontos de audiência média (mais que os 35 pontos que alcançava no Brasil). O programa tornou Xuxa uma celebridade em vários países da América Latina e na Espanha e serviu como ponto de apoio para a divulgação dos discos de Xuxa em espanhol.

A turma da Xuxa

Xou da Xuxa tinha um elenco de personagens. Alguns deles:
  • Paquitas
  • Paquitos
  • Moderninho
  • Dengue
  • Praga
  • Tomy
  • Xuxo
  • Frentinha
  • Vóvuxa
  • Madame Caxuxá
  • Robuxo
  • Irmãs Metralha

O último Xou da Xuxa

O programa saiu do ar em 31 de dezembro de 1992. No último programa, Xuxa recebeu todas as ex-Paquitas, ex-Paquitos, os ex-integrantes do Trem da Alegria, além do saudoso diretor Maurício Sherman e o desenhista Mauricio de Sousa. J. Silvestre surpreendeu a apresentadora com um Esta é a Sua Vida. O programa foi substituído momentaneamente por reapresentações de alguns programas de Xuxa na Globo até abril de 1993, sendo então substituído em seu horário pela TV Colosso. Em junho de 1994 era o ano em que Xuxa estrearia seu novo infantil, o Xuxa Park.

Mais Informações

  • Além da televisão, Xuxa também tem atuação no cinema, e seus filmes já foram assistidos por mais de 30 milhões de pessoas. O campeão de bilheteria é Lua de Cristal, de 1990, visto por 5 milhões de espectadores.
  • Nos meses que antecederam a estreia do programa de Xuxa na TV Globo, a equipe responsável pela criação pesquisou mais de 50 brincadeiras e criou outras para serem realizadas. Todas deviam ser facilmente reproduzidas pelas crianças em casa.
  • No Natal de 1986, a apresentadora recebeu seu oitavo disco de platina, prêmio concedido a cada 250 mil cópias vendidas. O LP Xou da Xuxa, da gravadora Som Livre, já havia vendido até então mais de dois milhões de cópias, batendo o recorde sul-americano de vendagem de um só disco. Xuxa vendeu mais do que Roberto Carlos naquele ano. Nos anos seguintes, a apresentadora ainda lançou mais seis discos, como Xou da Xuxa 2 e 3, além de ter gravado três LPs com suas músicas traduzidas para o espanhol, que chegaram a vender 2,4 milhões de cópias. Até hoje, Xuxa vendeu mais de 40 milhões de discos, recebeu 214 discos de ouro, 76 de platina, 11 de diamante e 4 de diamante duplo. O disco Xou da Xuxa 3 entrou para o Guiness como o disco infantil mais vendido, com mais de três milhões de cópias. Entre os sucessos estavam Ilariê e Brincar de Índio.
  • O modelo de Microfone da 4ª temporada viria ser marca registrada, até que virou um brinquedo da marca Mimo e que já foi bastante vendido na época. Tanto quanto a bota usada pelas Paquitas.
  • Em 1991, o "Xou da Xuxa" passou a ser transmitido para 17 países da América Latina, onde era chamado de "El show de Xuxa".
  • Foram lançados diversos produtos com a marca de Xuxa, como bonecas, roupas e acessórios, e as crianças de diferentes níveis sociais começaram a se vestir igual à Xuxa. As botas de couro brancas e as “xuxinhas” para prender os cabelos viraram febre entre crianças e adolescentes.
  • O sucesso brasileiro do Xou da Xuxa e da apresentadora estendeu-se às crianças de outras nacionalidades. A partir de 1991, uma versão do programa em língua espanhola – El Show de Xuxa – era transmitida para 17 países da América Latina pela televisão argentina Telefe. Não alcançou o mesmo sucesso do programa concorrente Nubeluz, que até hoje é lembrado como o maior sucesso infantil da história da televisão[4] .Assim El Show de Xuxa ficou no ar por volta de dois anos. Cerca de dois milhões de crianças norte-americanas também assistiam ao programa – El Show –, que era exibido aos sábados e domingos pela rede Univisión.[5] Em 1992, Xuxa lançou o Xuxa Park, infantil apresentado pela Tele 5 espanhola. Um programa homônimo, Xuxa Park, seria lançado pela Rede Globo em 1994.
  • Em 1993, com um contrato assinado com a produtora norte-americana MTM Enterprises, Xuxa foi para os Estados Unidos. A versão americana de seu programa – Xuxa, falada em inglês, foi lançada naquele país em setembro do mesmo ano. Com meia hora de duração, o infantil continha brincadeiras, números musicais e quadros educativos. O programa era transmitido diariamente por um pool formado por cerca de 100 emissoras, que cobriam 85% do território norte-americano. Nessa época, a rede Univisión deixou de exibir El Show de Xuxa.
  • A nave branca (parte do último ano do Xou), foi usada na versão argentina em 1993, e três anos depois, foi utilizada no especial de 10 anos em 1996.
  • Durante o período de Xou da Xuxa, ela comandou outras atrações na Rede Globo, como Bobeou Dançou (1989) e Paradão da Xuxa (1992). Após 7 anos com o Xou, somente no Brasil passou a apresentar os diversos programas como Xuxa (1993), Xuxa Park (1994-2001), Xuxa Hits (1995), Planeta Xuxa (1997-2002), Xuxa no Mundo da Imaginação (2002-2004), Conexão Xuxa (2007-2008) e TV Xuxa (2005-2014).
  • Em 2013, a Som Livre lançou uma coletânea com sete álbuns lançados do "Xou da Xuxa" com um álbum de algumas músicas inéditas nas quais foram tocadas nos seus programas.

Prêmios

Em 1990, Xuxa foi convidada pela Academia de Artes & Ciências Televisivas dos Estados Unidos para entregar o prêmio Emmy na categoria de melhor programa infantil e apresentar uma de suas canções na festa de premiação.[6]
Ganhou em 1987 a 1993, o Troféu Imprensa de Melhor programa infantil.[7]

Ficha técnica

  • Direção: Paulo Netto e Marlene Mattos
  • Produção (1986) e direção geral (1987-1992:): Marlene Mattos
  • Produção (1987-1992): Nilton Gouveia
  • Direção de produção: Marcelo Paranhos (1986)
  • Cenário: Maurício de Sousa (criador da Turma da Mônica) e Reinaldo Waisman
  • Figurinos: Sandra Bandeira e Jurema Paschoal
  • Elenco: Paquitas, Paquitos, Praga, Dengue, Madame Caxuxá, Vovuxa, (personagens interpretados por Xuxa), Cãozinho Xuxo, Duda Little, os bonecos Moderninho (Reinaldo Waisman) e Frentinha (Marcelo Ribeiro) e as Irmãs Metralha.