Belém tem seu pedaço de Paris, ali no comércio
Imagine uma volta ao passado. Belém reina poderosa como a capital da Amazônia, a cidade mais europeia do Brasil. Os prédios imponentes exibem a riqueza de seus proprietários e vontade de manter a opulência, mesmo que isso implicasse mais ousadia, trabalho e custo. E a primeira firma registrada na Junta Comercial do Pará (Jucepa) não fez diferente.
Localizada na Rua Santo Antônio, no bairro do Comércio, a loja deixava suas portas abertas para que, da esquina, o visitante pudesse enxergar parte da beleza art nouveau. Lá está a escada que até hoje é a mais famosa de Belém, a do casarão Paris N’América, cujo postal o DIÁRIO DO PARÁ traz hoje aos leitores. O material faz parte do projeto “Casarões Históricos”, iniciado no dia 8 de janeiro. No total, 13 prédios narram parte da história da cidade em imagens feitas pela equipe de fotografia do jornal.
Os próximos postais virão com fotos do Parque da Residência, Museu de Arte Sacra, Palacete Pinho, Cosmorama e Casa das Onze Janelas. O patrocínio é do Governo do Estado, Prefeitura de Belém, Y.Yamada, com apoio da Vale.
ARQUITETURA
Quando pensou na Paris N’América, o empresário português Francisco de Castro não impôs restrições ao sonho. Ele trouxe da Europa todos os projetos, assim como o material de construção, e contratou mestre de obras e engenheiros portugueses que participaram da construção do Mercado de Peixe do Ver-o-Peso.
Quando pensou na Paris N’América, o empresário português Francisco de Castro não impôs restrições ao sonho. Ele trouxe da Europa todos os projetos, assim como o material de construção, e contratou mestre de obras e engenheiros portugueses que participaram da construção do Mercado de Peixe do Ver-o-Peso.
“O objetivo não era apenas instalar um comércio na capital paraense, mas criar um espaço de encontro para a elite local, inspirado no prédio das Galeries Lafayette (uma loja de departamentos em Paris)”, conta a arquiteta Rosana Aguiar. Inaugurado em 1909, o edifício é tombado pela legislação municipal e inscrito na categoria de Preservação Integral.
“O prédio foi construído para uso misto, comércio e residência, em quatro pavimentos, ocupando todos os limites do lote”, explica. Rosana lembra ainda que apesar da inspiração totalmente francesa, o prédio conta ainda com janelas com vidros em cristal belga, gravados com o monograma FC (Francisco de Castro), e o piso decorado em lajota hidráulica alemã, como se fosse um tapete revestindo toda a área da loja.
Sem abandonar o ramo da confecção, já que no início vendia roupas masculinas, femininas e artigos para presente, o espaço abriga hoje uma tradicional loja de tecidos. (Diário do Pará)
Fonte: http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-184894-.html